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quarta-feira, 21 de maio de 2014

ROMANCE


SINTO FALTA DE ALGO
QUE NEM SEI DIRETO O QUE É.
ALGO QUE NEM SEI
SE UM DIA PODEREI TER,
MAS QUE FAZ FALTA DE UMA FORMA ÚNICA.
SINTO MUITA FALTA QUE, ÁS VEZES, DÓI TANTO
E DIANTE DESSA IMENSA FALTA INTRIGANTE
EU ME SINTO COMO SE AMASSE
SEM PRECISAR VIVER UM ROMANCE.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

SENTIMENTO NU





SENTIMENTO NU

Tenho medo...
De revelar meus segredos
Da falta de sorte
De não fechar meus cortes
De me olhar no espelho
E descobrir que sou feio.

Tenho medo...
De subir a escada
De andar pela auto-estrada
De olhar a minha cara
De enfrentar os traumas
De encarar os problemas
De elucidar os dilemas
De abortar as mentiras
De não cicatrizar as feridas.

Tenho medo...
Da realidade, da saudade
Das angústias, das verdades
De me sentir castrado
De ver meu outro lado.

Tenho medo...
De altura, da loucura
De não superar as amarguras
De ser uma alma impura
Dessa secura na garganta.

Tenho medo...
Da chuva forte
Que leva rumo norte
Do dia a dia, de almas frias
Da velhice, das caretices,
Das chatices, das burrices, enfim.

Tenho medo...
Do amor, da dor,
Do calor carnal,
Dessa velha união sexual.
Do eterno duelo entre o bem e o mal.

Tenho medo...
De nunca me encontrar
Por isso fujo do sol
Escondo-me da lua
Vivo perambulando na rua.
Atrás de uma gaiola que não seja minha
Nem sua.

Tenho medo...
Da folia, do riso, da arrelia
Da nostalgia, da vida vazia,
Da falta de alegria, da sinestesia, da analogia
Dos desejos camuflados, sonhos adiados
Pesadelos mascarados e do sabor dilacerado
Enfim, tenho até medo de mim
Contudo acima de tudo...
Tenho é vergonha
Vergonha da minha covardia.

sábado, 11 de janeiro de 2014

PRA INÍCIO DE CONVERSA (MEU LIVRO)



PRA INÍCIO DE CONVERSA

Pra início de conversa...
quero mostrar quem sou
sem nenhuma pressa.

Pra início de conversa...  
quero mostrar o que vejo
o que não esqueço.

Pra início de conversa...
quero te fazer ver o que
não pode ser visto a olho nu.

Pra início de conversa...
olhe por entre as frestas
entreabertas do seu coração.

Pra início de conversa
escute a si mesmo sem que eu peça.

Pra inicio de conversa
ouça a conversa desde o início
pois transformei meras palavras
em algo bem escrito para que
você possa ver o “mundo mais bonito”.

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

ANDALUZIA




ANDALUZIA

Luzia andava como louca

Atrás do tal grande amor

Ou seria de sua grande dor

Seja lá como for

Andava Luzia...

Fosse noite ou a luz do dia

Ela andava em festas, em velórios

Em cemitérios, cartórios e territórios...

Sempre com o olhar no vazio

Nada fazia Luzia desistir de seu propósito.

Luzia andava e andava

Nenhum obstáculo a cansava

Nem tempestade a detia

E nem do sol se protegia

Nem falta de sapatos, nem olhares ingratos

Nem sede, nem fome, nem taquicardia

Ela apenas seguia a voz que dizia:

Anda Luzia.... e Luzia andava

Diante de nada sucumbia

E assim Luzia mais andava que vivia

O que Luzia ainda não sabia

Não por falta de sabedoria

Talvez ela soubesse e fingia que não via

Era que o seu amor tantas vezes

Já morrera quantos os quilômetros que percorria

E mesmo se soubesse dessa verdade

Acho que nem ligaria, não desistiria

Apenas  andava tanto quanto seu coração permitia

E sempre quando parava e depois partia nada dizia

Nem tampouco se despedia, nem ligava aos que lhe olhavam em demasia

Tentando lhe dizer coisas que ela não queria ou aos apelos inglórios de arrelia:

Para de andar Luzia, então ela abria a porta, saía e num rompante se virava e sorria...

Como se o sorriso fosse um açoite que reluzia no andar foice de Luzia. 


quarta-feira, 27 de março de 2013

RETALHOS DE ONTEM

Hoje eu não sou mesmo de ontem
Nem o de antes de ontem
E diante de mim eu vejo um outro ser
Um reflexo sem nexo em espelho de estanho
A levantar voo num sobressalto
A se afastar de modo estranho
Que pareceu ser pra sempre.

Daí eu te chamo e não ecoa
Enquanto tudo que sinto por ti destoa
E num instante me pego a toa
Então uma dor pungente que ressoa
Transmuta o que há de melhor no meu eu
Numa criatura sombria que nada perdoa.